terça-feira, 5 de outubro de 2010

Le tuc dudoubert: Clay bison


"Les caractères su support ont influencé le choix des techniques artistiques."

(in L'art Pariétal Paléolithique - Techniques et méthodes d'étude)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Peach, plum, bear


A descoberta dos últimos tempos!
Joanna Newsom


We speak in the store
I'm a sensitive bore
You seem markedly more
And I'm oozing suprise

But it's late in the day
And you're well on your way
What was golden went gray
And I'm suddenly shy

And the gathering floozies
Afford to be choosy
And all sneezing darkly
In the dimming divide

And I have read the right book
To interpret your look
You were knocking me down
With the palm of your eye

This was unlike the story
It was written to be
I was riding its back
When it used to ride me

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

The road to Home


(Foto: António Cruz)

"All the leaves are falling from the trees
And the snow is coming, don’t you know?
But I’ll still remember which way to go
I’m on the road, the road to home

Oh the sound is fading in my ears
And I can’t believe I’ve lasted all these years
But I’ll still remember which way to go
I’m on the road, the road to home

Oh the light is fading all the time
And this life I’m in it seems to pass me by
But I’ll still remember which way to go
I’m on the road, the road to home

Now I must say good bye
Keep telling myself “now don’t you cry”
But I’m here where I belong."

terça-feira, 14 de setembro de 2010

At last the secret is out


At last the secret is out as it always must come in the end. The delicious story is ripe to tell to the intimate friend. Over the tea-cups and in the square the tongue has its desire. Still water run deep, my dear. There's never smoke without fire.

Behind the corpse in the reservoir, behind the ghost on the links. Behind the lady who dances and the man who madly drinks. Under the look of fatigue, the attack of migrane and the sigh... there is always another story. There is more than meets the eye.

For the clear voice suddenly singing, high above the convent hall. the scent of the elder bushes. The sporting prints in the hall. The croquet matches in summer. The handshake. The cough. The kiss.

There is always a wicked secret...a private reason for this.

(At last the secret is out: Wystan Hugh Auden, 1907 - 1973)


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Same situation?!


Again and again the same situation
For so many years
Tethered to a ringing telephone
In a room full ot mirrors
A pretty girl in your bathroom
Checking out her sex appeal
I asked myself when you said you loved me
"Do you think this can be real?"

Still I sent up my prayer
Wondering where it had to go
With heaven full of astronauts
And the Lord on death row
While the millions of his lost and lonely ones
CalI out and clamour to be found
Caught in their struggle for higher positions
And their search for love that sticks around

You've had lots of lovely women
Now you turn your gaze to me
Weighing the beauty and the imperfection
To see if I'm worthy
Like the church
Like a cop
Like a mother
You want me to be truthful
Sometimes you turn it on me like a weapon though
And I need your approval

Still I sent up my prayer
Wondering who was there to hear
I said "Send me somebody
Who's strong, and somewhat sincere"
With the millions of the lost and lonely ones
I called out to be released
Caught in my struggle for higher achievements
And my search for love
That don't seem to cease.

Joni Mitchell - Same Situation (Court and Spark, 1974)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Aqui se sentou Zaratustra


A árvore isolada.


"Quando Zaratustra fez trinta anos, abandonou a sua pátria e o lago da sua pátria, retirando-se para a montanha. Ali viveu, nutrindo-se da sua sabedoria e solidão, e dez anos passaram sem que ele de tal se fatigasse. Mas sucedeu que se lhe mudou o coração, e uma manhã, tendo-se erguido com a aurora, apresentou-se diante do sol e falou assim:
- Ó grande astro! que felicidade poderia ser a tua se não tivesses aqueles a quem iluminas?
Há dez anos que sobes até à minha caverna; estarias fatigado da tua luz e desse trajecto, se aqui não estivéssemos eu, a minha águia e a minha serpente.
Mas cada manhã te esperávamos, para tomar o que te é supérfluo e por ele te dar graças.
Vê: eis-me saturado da minha sabedoria, como a abelha que fabricou demasiado mel; sinto a necessidade de mãos estendidas para mim.
Queria dar, prodigalizar a minha sabedoria, até ao dia em que os sábios de os homens se sentissem felizes na sua loucura, e os pobres felizes na sua riqueza.
Para tal deverei descer aos abismos, como todas as noites o fazes, ó astro transbordante de riqueza, para ires levar a tua luz ao mundo subterrâneo.
Como tu deverei declinar, como dizem os homens junto dos quais quero descer.
Abençoa-me pois, olho manso que até o excesso de felicidade sabes encarar sem inveja!
Abençoa esta taça que vai transbordar, e que o seu oiro, escorrendo, a toda a parte leve o reflexo da tua felicidade.
Vê: esta taça aspira a estar uma vez mais viva, Zaratustra aspira a ser de novo homem.
Assim começou o declínio de Zaratustra."

(Assim falava Zaratustra - Friedrich Nietzsche)

Portas que desenham a História


Passagem que limita o espaço exterior, criando um interior. Permite o encerramento de coisas, pessoas e História. Ajuda no desenho da vida.



"A história, sobretudo, sem querer ofender, E a pintura e a música, A música anda a resistir desde que nasceu, ora vai, ora vem quer livrar-se da palavra, suponho que por inveja, mas regressa sempre à obediência, E a pintura, Ora a pintura não é mais do que uma literatura feita com pincéis, Espero que não esteja esquecido de que a humanidade começou a pintar muito antes de saber escrever, Conhece o rifão, se não tens cão caça com gato, por outras palavras, quem não pode escrever pinta ou desenha, é o que fazem as crianças, O que você quer dizer, por outras palavras, é que a literatura já existia antes de ter nascido, Sim senhor, como o homem, por outras palavras, antes de ser já o era."

(História do Cerco de Lisboa - José Saramago)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

For today I am a boy...


"One day I'll grow up and feel the power in me.
Onde day I'll grow up... of that I'm sure.
One day I'll grow up and know whom within me.
One day I'll grow up, feel it full and pure.

But for today... I am a boy."

(Antony and the Johnsons - For today I am a boy)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Solo


"Tenho saudades do tempo em que falavamos sobre estas coisas... Agora tenho de conversar sozinha. Só a pedra inerte e quase inalterável ouve os meus suspiros."


sábado, 3 de julho de 2010

Velha Drave


(Foto de António Cruz)

É estranho quando parece que conseguimos voltar atrás no tempo sem grande dificuldade... faz-nos parecer que podemos fazer isso sempre que quisermos. Hoje tive essa experiência. Visitei a antiga Aldeia da Drave, fundada em 1527 (ou pelo menos é deste ano que data o primeiro documento relativo a Drave). É longe...muito longe de qualquer outra aldeia, mesmo a mais próxima (Regoufe) dista dela cerca de 1o km de um caminho de terra batida de pequenas (grandes) pedras, cheio grandes subidas e precipituosas descidas. Mas vale mesmo a pena. Segundo li, trata-se de uma aldeia fundada por um casal... cuja família foi aumentando com o passar dos anos, sendo que todos os antigos habitantes faziam parte dos Martins da Drave.

Esta aldeia localiza-se, mais precisamente no Maciço da Gralheira, a cerca de 600 metros de altitude, bem encaixada num vale entre as Serras da Freita e Arada. Existe uma grande escassez de acessos, facto que contribuiu para o abandono deste espaço, mas ao mesmo tempo para uma (óptima) conservação das casas e materiais diversos que ainda conseguimos encontrar por lá.

A aldeia em questão assenta sobre um solo xistoso, facilmente extraível e trabalhável, sendo por isso o material primário das variadíssimas casas, currais e outros dispositivos de sobrevivência existentes. Existem cerca de 50 construções identificáveis, todas elas sem qualquer tipo de decoração, seja ela de azulejo, caixilho, alumínio... O aglomerado confunde-se, então com a paisagem envolvente, sendo caracteristicamente de pequena dimensão, amontoado ou justaposto. As tipologias de casas encontradas encontram-se directamente ligadas e condicionadas, principalmente, pelas necessidades e poder económico do proprietário, sendo bem visível a ligação das casas com a vida do campo e a guarda de animais (genericamente casa elementar de pouco mais do que uma divisão, com alçado: habitação - primeiro piso; currais - piso inferior).

É possível encontrarem-se, também, vários espaços comuns, tais como quintais ou pátios privados grandes eiras, arruamentos principais e secundários... grandes espigueiros... A aldeia encontra-se totalmente desabitada, contudo, algumas das casas ainda se encontram repletas de instrumentos do dia a dia... chávenas, bules, arados, teares (a casa grande desta aldeia tinha uma divisão dedicada à tecelagem e ainda hoje lá está o tear montado!), grandes pias, lagares, rodas de lagares, cortiços... tanta coisa, mesmo! Uma das casas tem, na cozinha, grande parte dos poucos móveis que a constituíam, mesa, banco, forno...

Visitem...é uma delicia!!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sandy Denny & The Strawbs - Sail away to the sea




Com o passar dos anos alteramos os tempos e a vontade. Simplesmente, olhamos para trás e vemos que algumas das coisas que nos acompanhavam e que sempre tomamos por garantidas...já não fazem sentido no nosso presente...porque já não somos quem éramos há 5 minutos atrás. Contudo, há coisas que sempre caminham do nosso lado...mesmo que sob a forma de um vulto, dentro de uma casa sombria e abandonada.

Tenho saudades do passado...mas estou ansiosa pelo meu e nosso presente e futuro... mas enquanto espero vou organizando a minha banda sonora oficial.

"Quão pouco é preciso para ser feliz! Sem música, a vida seria um erro!"
(Nietzsche: 1844 - 1900)